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O leite materno contém todos os nutrientes que os bebês precisam, na quantidade certa e na melhor forma de absorção. Ele contém 200 componentes funcionais, incluindo gorduras, proteínas, enzimas, carboidratos, vitaminas e minerais. Ele também tem fatores de crescimento e hormônios, importantes para o desenvolvimento do bebê.
O colostro é definido como o primeiro produto de secreção láctea da nutriz (muitas vezes sua produção já se inicia no final da gestação) até o sétimo dia pós-parto. Apesar de apresentar aspecto amarelado e espesso, comparado ao leite maduro, contém menores concentrações de gordura, lactose e vitaminas hidrossolúveis e maiores concentrações de proteínas, vitaminas lipossolúveis e minerais (principalmente sódio e zinco). Ele é rico em imunoglobulinas, importantes para o sistema imune do bebê.
Cada mãe produz um colostro diferente, de acordo com a necessidade do seu filho. A quantidade produzida varia entre 10 e 100ml/dia, com a média em torno de 30ml/dia. Apesar de não ser produzido em grande quantidade, o colostro normalmente atende perfeitamente a necessidade do bebê, que já nasce com um pequeno estoque de energia no corpo.
Nada acontece por acaso…a característica do colostro é totalmente adaptada às necessidades do recém-nascido. Os seus rins, imaturos, não conseguem processar grandes volumes de líquidos. A produção de lactase e outras enzimas intestinais ainda é baixa. A grande quantidade de imunoglubilinas é necessária para forrar a microbiota intestinal que ainda é imatura, protegendo-o de infecções…Tudo é perfeito!
Se o recém-nascido mama corretamente e em livre demanda desde o início, a quantidade de leite vai aumentando com o tempo e será a necessária a cada momento. Uma das principais causas de fracasso na amamentação é a administração precoce do complemento (leite ou soro glicosado), com a falsa crença de que nos primeiros dias a mãe não tem leite o suficiente. Claro que exceções acontecem e, algumas vezes, a entrada desse complemento é importante, mas a falta de auxílio à mãe na primeira mamada é o principal fator de “pega incorreta” e dificuldade do recém-nascido em mamar o suficiente. O abandono das mães na sala de recuperação é imensa, principalmente quando o parto é cesáreo. Isso precisa mudar!
Mães, procurem auxilio durante a primeira mamada. Exijam isso do hospital ou do médico ou enfermeiros que a acompanham no parto. Se necessário, busquem ajuda externa, mas o mais importante é que o bebê mame o quanto antes e consiga uma “boa pega”. Dessa forma, a produção do leite acontecerá de forma natural e correta.
Fonte:
Nutrição Clinica – Obstetrícia e Pediatria / organizadoras Maria Josemere de O. Borba Vasconcelos et al. – Rio de Janeiro: MedBook, 2011.
Manual Prático de Aleitamento Materno / Carlos Gonzales – São Paulo: Editora Timo, 2014.